quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Literatura portuguesa

Bem da última vez que cá estive falei da televisão portuguesa, porém, em Portugal não é só a televisão que é de alta qualidade, na "literatura" também encontamos outras preciosidades que nos dão o que pensar.
Intriga-me como pessoas cuja a escolaridade deixa tanto a desejar, que mal sabem falar quanto mais escrever, editem livros que logo no lançamento são prognosticados como best-sellers?!?! Mas o que é isto. São os livros que revelam intimidades da forma mais deselegante possível que mais saída têm no mercado, mas que país é este que é incapaz de gastar um tostão para ler um livro de Lobo Antunes faz desaparecer das prateleiras livros como o de "senhoras" cuja dúbia profissão exercida no seu passado nenhuma credibilidade lhe confere e na minha opinião não passam de leitura de casa de banho, mas mesmo daqueles momentos "All Bran".
Um livro que não foi a própria que escreveu, dado que a "senhora" não tem capacidade para o fazer, pois falamos de uma pessoa inculta, ignorante e muito mais que iletrada, uma verdadeira analfabeta. Espanta-me que as pessoas passem a vida a queixar-se dos sacríficios que fazem no seu dia-a-dia em que são forçados diariamente a apertar o cinto, desperdicem o seu indispensável dinheiro num verdadeiro lixo literário.
Mas não se espantem, pois essa senhora não é a única analfabeta a editar livros em Portugal, existem outros, com graus semelhantes de ignorância e analfabetismo, que editam livros, cujas vendas ultrapassam largamente a escala do ridículo pela quantidade de exemplares vendidos, para tal basta-nos tomar como exemplo o livro de jogadores de futebol viciados em mostrar as marcas que o seu rechonchudo ordenado lhes permite comprar para andarem sempre no grito da moda por mais rídiculos que possam parecer (meus amigos as marcas não vos dão atitude) agravado ainda pelos fantásticos e modernos penteados que usam, assim como outras figuras desportivas, umas mais alfabetizadas do que outras, lançam livros que alcançam níveis de vendas espantosos.
A conclusão a que chego é que este país vive do futebol em todos e mais alguns níveis sejam eles económicos ou sociais o futebol lá está presente, mas havia necessidade de os explorar também na escrita portuguesa.
É triste que num país analfabeto e iletrado como o nosso em que os livros pouco mais se vendem os únicos a alcançar os sucessos de vendas sejam verdadeiros lixos comos os anteriormente mencionados.

Mas, não é só deste livros que as editoras vivem, além de este tipo de pérolas iletradas existem ainda outras bem mais letradas, contudo o seu conteúdo revela autênticas comédias greco-romanas, do mais rocambulescas possíveis. Quanto ao grau de literacia não há nada que se aponte, afinal falamos de um políticos conhecidos mais pelos seus romances cor-se rosa com rainhas do social e entrevistadoras pseudo-intelectuais, cada qual com a sua obviamente.
Pois estes senhores brindaram Portugal com duas verdadeiras obras-primas da literatura Portuguesa. Duas verdadeiras obras de ficção científica ao mais alto nível, merecedoras de um prémio, pela criatividade e imaginação dos autores, em que desculpam o seu gigantesco grau de incompetência, com cabalas e conspirações dignas de um filme de Hollywood, quiçá até mesmo de um James Bond. Já imagino os senhores a apresentarem-se como o célebre espião inglês, com a sua já mediática frase: "My name is Bond, James Bond", pois enqanto são conhecidos pelas suas consquista do público feminino, qual espião ao serviço de sua magestade, outros caracterizam-se pela sua arrogância e falta de humildade patente também no célebre espião. Digam então que ambos não davam um James Bond à portuguesa perfeito. Parece-me que uma fusão destes senhores se iria revelar na mais perfeita das fusões, dando origem ao uma nova forma de encarar o rídiculo ,neste país que tanto precisa rir.
Por isso meus senhores, muito obrigada a todos pelas gargalhadas que me arrancaram, arracam e irão certamente continuar a arrancar.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Televisão Portuguesa no seu melhor!

Hoje, após o meu almoço ligo a televisão e deparo-me mais uma vez com a SIC a "enfardarmo-nos" com mais uma das suas "milhentas" doses diárias de Floribella, com que nos brinda todos os dias, seja fim-de-semana ou feriado, a dita rapariga da franja e cabelos encaracolados, que ainda sonha com príncipes, todos os dias surge na minha televisão sem pedir licença.
Embora me comece quase que a habituar a ver aquele jovem rosto em cada minuto que a SIC proporciona aos seus telespectadores não consegui deixar de pensar que o dito canal televisivo deve estar a tentar fazer uma qualquer lavagem cerebral, cujo intuito ainda não descobri se será a moda das saias com tule ou se será, de facto, uma tentativa de que todos nós passemos então a falar com fadas, duendes e árvores. Será que a SIC tem algum contrato com as instituições de saúde mental? Embora saiba que é preciso empregar os profissionais desta área, parece-me que é ir um pouco longe de mais. Ou será que se trata de mais uma cabala, deste país tão cabalístico? Sim, vivemos num país cabalístico, senão reparem, todo e qualquer um que se veja envolvido num escândalo judicial ou social afirma tratar-se de uma cabala contra o próprio, desde o Carlos Cruz ao Dr. Pedro Santana Lopes.
Bem... Mas, hoje, deixarei cabalas de lado e falarei então do programa "Contacto" com que me deparei hoje de tarde, em que aparecia Luciana Abreu, mais conhecida como a Floribella. Num festival de disparates, em que a menina desde arrotar a fazer passos arrojados com uma bola de futebol, salientou-se a presença de uma menina que possui uma doença rara e, por ser diferente é muitas vezes discriminada pelas outras crianças.
Acho de louvar que crianças como a Ana Filipa sejam ajudadas por quem, de facto, pode e se além disso ainda lhe puderem concretizar sonhos tão simples como conhecer os seu ídolo, Floribella, mas por outro lado é lamentável explorar as carências, sentimentos e emoções de uma criança para se conquistar audiências. Será que a guerra de audiências não tem limites? Será que não percebem que podem aumentar a tristeza de uma criança que já de si se sente só por não ter companheiros de brincadeira a que todas as crianças têm direito? Será que a Floribella de tão bom coração que afirma ter não percebe que ao dizer a crianças como a Ana Filipa que sempre que precisar de um amigo pode contar com a Floribella cria-lhe falsas esperanças que uma criança que sinta a solidão precisa de acreditar piamente para continuar a sua caminhada, em busca da felicidade? Ou será que a Floribella estará lá sempre que a Ana Filipa precisar de um amigo para brincar, para conversar? Pois, eu cá tenho as minhas dúvidas!
Para se fazer uma criança feliz não é preciso mentir, nem recorrer a clichés que não passam disso mesmo, basta falar-lhes com o coração aberto porque elas só querem carinho e não clichés de gente que quer ficar bonita na foto. Ajudar não é levar as crianças á televisão e revelar as suas lágrimas e as suas dores. Ajudar não é expor. Ajudar não é mentir, nem que seja de forma caridosa.
A Ana Filipa podia sim conhecer o seu ídolo, mas usar isso para conquistar audiências parece-me vil e mais cruel ainda é alimentar falsas esperanças em crianças já de si carentes, pois qualquer criança carente ou não vai acreditar em qualquer promessa de amor que lhe seja feita até às últimas consequências e, de cada vez que se quebra uma destas promessas algo de bom, de puro, morre dentro desta criança. De todas as crueldades no mundo, troçar de credulidade de uma criança parece-me das piores. Uma criança que se sinta já rejeitada só tenderá a criar mais desconfianças em relação aos outros e ao mundo em que as rodeia, tornando-as mais inseguras e mais frágeis ainda. E é o poderoso efeito da televisão portuguesa, usar o sofrimento e a dor dos mais frágeis em prol da conquista de audiências.
Vivemos numa sociedade em que, infelizmente, só o sensacionalismo causa audiência, mas para mudar isto passa um pouco por todos nós, se começarmos por rejeitar o sensacionalismo a pouco e pouco ele deixa de ser usado para conquistar as audiências e a integridade de cada um é preservada, hoje foi a fragilidade da Ana Filipa que foi exposta amanhã poderá ser a de qualquer um de nós!