domingo, 24 de janeiro de 2010

Vazio Existencial


Engraçado como às vezes na vida tudo nos parece errado.

Tudo o que parece seguro escorrega-nos por entre os dedos como areia num final de tarde de Verão, como se fosse varrido pelas ondas do mar.

Tudo o que pelo tanto ânsiavamos perde o sabor quando o alcançamos por percebemos que não é tal como o idealizamos, então o gosto torna-se amargo e sentimo-nos num emaranhado de equívocos, sentimos que não pertencemos aqui ou ali. . .

Mas afinal onde pertencemos?

O estranho é perceber que o valor ou sobretudo a falta dele nas palavras dos que nos dizem querer bem e perceber que não são mais do que castelos de cartas que se desvanecem ao mínimo sopro que ao mínimo abalo tudo cai por terra...

Como tudo não passam de ilusões da cabeça de menina que gostava de acreditar que aqueles laços veemente apregoados existem realmente e são inabaláveis, mas na vida real tudo é abalável, todos somos substituíveis.

Afinal qual o valor que temos para os outros?

Afinal qual o nosso papel na relação com os outros?

Qual o nosso lugar no coração dos que marcamos, ou pelo menos dos que acreditamos marcar?

Valerá o outro tanta entrega de nós, tanta partilha?

Quantos são os que ficam quando realmente precisamos?

Quantos os que se lembram de dizer um olá passado um ano ou dois?

Será o longe da vista tão longe do coração assim?

Será que tudo aquilo pelo que sempre nos esforçamos vale mesmo a pena?

Satre dizia que o Inferno são os outros, tinha a sua razão, mas será o outro tão imprescindível para nós no nosso egocentrismo que nos esquecemos que um simples olá pode provocar um sorriso?

Afinal qual o propósito de tudo isto?

No final existe apenas um
Vazio um longo e profundo Vazio na nossa existência, na nossa caminhada!

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